

Nos últimos três anos, a prática de tatuar o corpo tem se tornado cada vez mais popular.
Tudo indica que esta moda veio para ficar. É fato que, mais e mais, receberemos visitantes
e novos membros com tatuagens, e algumas bem místicas e mundanas!
Além do mais, pressinto que já temos alguns membros sendo atraídos por essa ideia, pensando em tatuar um verso bíblico, uma palavra hebraica ou uma imagem do Cavaleiro
no Cavalo Branco de Apocalipse 19 (que tinha escrito em sua coxa: Rei dos Reis e Senhor dos Senhores).
Sei que esta não é uma questão crucial para o evangelho e a igreja de Cristo. Porém, é algo que incomoda alguns
e pode se tornar motivo de discórdia entre os irmãos. Como lidar com esses dilemas?
Como preparar a igreja para lidar sabiamente com esta questão?
Após orar, pesquisar e pensar sobre este assunto, cheguei às seguintes conclusões,
que nas próximas linhas compartilho com o leitor.
Primeiro: Precisamos Ensinar o que a Bíblia diz!
Em Levítico 19:28, a Palavra diz:
"Pelos mortos não dareis golpes na vossa carne; nem fareis marca alguma sobre vós. Eu sou o SENHOR".
À primeira vista, esta palavra parece resolver a questão, parece dizer:
o cristão não deve fazer nenhuma marca no corpo; tatuagem é pecado.
Porém, o contexto revela que o motivo desta proibição era evitar
que os hebreus se identificassem com a idolatria dos caldeus.
Como parte de seus rituais aos falsos deuses, os caldeus usavam
lâminas afiadas para marcar o corpo.
Essas marcas, ou cicatrizes, estavam diretamente relacionadas
com a idolatria e culto pagão.
Essa orientação era tão específica que, nos versos anteriores,
Deus também proíbe outras práticas, tais como: adivinhação e feitiçaria (26).
O cortar o cabelo dos lados da cabeça (deixando um tufo de cabelo no meio da cabeça)
e o aparar as pontas da barba de uma maneira específica (27)
- tudo estava relacionado com os rituais pagãos. (Andrew A. Bonar,
A Commentary on Leviticus, The Banner of Truth Trust, Carlisle. Pensylvania, USA. Pg. 352)
Sim, acredito que este texto fala contra o uso de tatuagens ou qualquer outra prática
que nos identifique com algum tipo de paganismo, idolatria, imoralidade
ou tribo anticristã.
Porém, não podemos aplicar este texto contra a pratica da tatuagem de nossos dias, pois os tempos
passaram e a conotação mudou. Hoje, a grande maioria daqueles que se tatuam não o fazem por motivos espirituais
ou religiosos, mas meramente estético/ decorativo (assim como a maioria das mulheres furam suas orelhas
e usam brincos). Sendo assim, esta prática acaba enquadrando-se dentro daquelas
questões relacionadas à liberdade cristã (Rm 14 e I Co 6:12).
Segundo: Precisamos Aplicar os princípios de
Romanos 14 e I Coríntios 6:12
Usando os princípios destes dois textos, devemos orientar o cristão
que considera fazer uma tatuagem, a fazer a seguinte autoavaliação:
Será que esta tatuagem irá glorificar o Senhor Jesus?
Terceiro: Precisamos Ajudar as pessoas a considerar a questão
Os meios de comunicação não ensinam nossos membros a pensar.
Nossa cultura promove o princípio da ética inconsequente, que diz:
Siga o seu coração!
Faça o que der na sua cabeça!
Por isso, cabe aos pastores seguir o exemplo do Mestre
que desafiava as pessoas a parar, observar, considerar e decidir (Mateus 6:25-32).
A Bíblia diz que devemos viver com sabedoria (Pv 24:3).
Por isso, precisamos ajudar aqueles que estão considerando
fazer uma tatuagem a parar e pensar no seguinte:
O que será que o bom senso e os fatos dizem a respeito desta prática?
Abaixo, seguem dois fatos muito importantes.
Muitos se arrependem de terem feito uma tatuagem.
Quarto: Precisamos Preparar a igreja para amar os tatuados!
Como já disse no início deste artigo:
nos últimos anos a prática de tatuar o corpo tem se tornado cada vez mais popular.
Tudo indica que esta moda veio para ficar. Mais e mais receberemos visitantes
e novos membros com tatuagens bem místicas e mundanas.
A igreja precisa ser preparada para receber os visitantes tatuados.
Assim como Jesus recebia e até comia e bebia com os publicanos e pecadores,
nós devemos receber os tatuados no amor de Cristo.
E, caso Deus os alcance com Sua graça é obvio que devem ser integrados
ao corpo de Cristo sem nenhuma reserva.
Para isto, precisamos ajudar os membros da igreja, especialmente
os mais preconceituosos, a buscarem em Deus sabedoria
e amor para superar suas fraquezas, e aprender a ver as pessoas como Deus ver
ê (I Samuel 16:7);
aprender a ver, por trás das tatuagens, uma pessoa criada à imagem
e semelhança de Deus, ver uma alma que vale mais do que o mundo inteiro.
Que Deus nos ajude a fazer tudo isto pela Sua graça, para Sua glória!
Sillas CamposBem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto
(Salmo 32:1).
VOCÊ PODE CONFIRMAR O VERSÍCULO ACIMA?
É nosso desejo que todos os que leram o versículo acima confirmem
a verdade das palavras do salmista com convicção. Vamos perguntar a nos mesmos:
temos a segurança que Deus não mais nos considera culpados e injustos?
Isso é o que o segundo versículo do salmo afirma.
Podemos nos regozijar na Pessoa do Senhor Jesus Cristo com a segurança da salvação e genuína alegria?
Se sim, somos de fato pessoas felizes na plenitude do que é felicidade.
Mas quem não pode dizer isso de si mesmo não deve descansar até que encontre a salvação e a alegria em Cristo.
A segurança da salvação pode ser obtida apenas pela revelação da Palavra de Deus a você.
Deus é justo e santo, e o pecado tem sua recompensa: a morte, a eterna separação de Deus.
Mas porque o Senhor Jesus Cristo morreu no Calvário por causa de nossos pecados,
Deus nos concede o perdão. Ele fez recair sobre seu Filho o castigo que nós merecíamos.
O Senhor Jesus, o Cordeiro de Deus, é a "propiciação por nossos pecados" (1 João 2:2).
Todos os que se colocaram sob a proteção de seu sangue podem afirmar isso,
pois sabem que o Senhor Jesus morreu por eles.
Ninguém está excluído desse perdão!
Apenas os que se recusam a aceitar as boas novas do evangelho excluem a si mesmos do amor de Deus.
Se tantas pessoas não são salvas, inclusive aquelas que se dizem 'cristãs',
é porque jamais se viram como pecadoras perdidos.
Elas rejeitam a ideia de que necessitam de um Redentor e não creem nele.