Durante a maior parte de sua vida, Jesus compartilhou a condição da imensa maioria dos homens: uma vida cotidiana. Sem grandeza aparente, vida de trabalho manual, vida religiosa judaica submetida à Lei de Deus, vida na comunidade. De todo este período é-nos revelado que Jesus era "submisso" a seus pais e que "crescia em sabedoria, em estatura em graça diante de Deus e diante dos homens" (Lc 2,52). (CIC§531)

Hoje começamos mais um estudo. Vamos falar sobre a vida oculta de Jesus. Já iniciamos esse estudo com um podcast. Hoje daremos seguimento ao estudo tomando como base esse parágrafo do Catecismo da Igreja Católica. Nele fazemos de imediato uma descoberta (e para muitos uma grande descoberta): Jesus não passou a maior parte da sua vida evangelizando, mas escondido no meio de um povo. Jesus teve uma vida cotidiana. Uma vida como a minha e como a sua. Jesus também experimentou a rotina.

Jesus viveu a maior parte do tempo longe das multiidões, dos púlpitos, dos olhos do mundo. A maior parte da vida de Jesus foi uma vida de família, de trabalho, de vida de oração, de silêncio?

Nesse estudo vamos olhar para Jesus e ver a nós mesmos. Vamos enxergar nossa rotina, aquilo que fazemos e gostamos? Aquilo que fazemos e não gostamos, mas fazemos pelo simples fato de que são coisas que tem que ser feitas e alguém tem que fazer? Vamos ver e rever o nosso cotidiano.

O cotidiando de Jesus na grande parte do tempo foi o de muitos de nós. Não sabemos os horários exatos que Jesus fazia cada coisa, mas é certo que durante o dia Ele acordava, Ele rezava, Ele se alimentava, Ele tinha momentos com a família, Ele meditava, Ele descansava? Nesse tempo, Jesus fora submisso a seus pais como todo jovem deveria ser.

Muitas vezes nós (às vezes até nós os missionários) achamos que nossa vida deveria ser apenas de grandes momentos. Mas esquecemos de valorizar os pequenos momentos do nosso dia. Jesus tinha uma rotina como muitos de nós, mas Ele não conduzia a sua rotina como muitas vezes nós conduzimos a nossa rotina. Jesus sabia valorizar cada momento, cada coisa, cada gesto. A vida pública de Jesus nada mais foi do que um transbordar daquilo que Ele viveu antes.

Se queremos nós, transbordar Deus nos grandes momentos, precisamos aprender a valorizar os pequenos momentos. Sobretudo aqueles onde exige-se mais de você. Jesus encontrava o Pai em todos os momentos de sua vida. Precisamos, também nós, aprender a encontrar o Pai em nossa vida cotidiana