Não sejas frequente na casa de teu próximo, para que não se enfade de ti e te aborreça.
Pv. 25, v. 17
Se quiseres manter segura a tua amizade, não frequentes, em demasia, a casa do teu amigo.
Na posição evolutiva da humanidade, encontram-se as virtudes e defeitos misturados. As primeiras são notadas de longe, porque é o bem, e quem as conquista faz questão de que todos as conheçam. Já os defeitos, só os descobrimos quando convivemos na intimidade deles. Entretanto, quando essa intimidade ocorrer, o impulso cristão é o de tolerar as fraquezas descobertas, coibindo a intolerância, dona de muito terreno humano.
O sinal de segurança é manter-se um pouco distante, sem querer saber, na profundidade, o que o amigo é, porque ele pode fazer o mesmo. Falar do mal alheio é colocar o nosso a público.
A amizade duradoura é aquela que se baseia no respeito mútuo, na fidelidade sem condições e no convívio com espaços e tempo. Agindo assim, a música da fraternidade se tornará clássica.
Tudo que passa dos limites enfada a qualquer um.
O orar e vigiar de Jesus é o bom senso dos homens de bem para não deixar nada passar do ponto que suportamos, mantendo, sempre, o equilíbrio.
Se admiras a paz, ajuda a construí-la. Se te alegras com a verdade, livra-te da mentira sem oprimir os outros. Se te ufanas com a humildade, vive cultivando essa virtude em silêncio. Se te glorias com o amor, deixe que ele se irradie do teu coração, para Deus e a humanidade inteira. Fazendo assim, jamais te aborrecerás.
Porque o tempo em que poderemos viver juntos, sem nos enfadarmos de ninguém, nem sermos aborrecidos pelo próximo, chegará. Pois a pureza de sentimentos dar-nos-á a alegria permanente de ficarmos juntos e vivermos unidos, eternamente, pela força do amor, como sinal de segurança.
(De “Gotas de Paz”, de João Nunes Maia, pelo Espírito Carlos).