Ó noite, coalhada nas formas de um corpo de mulhervago e belo e voluptuoso, num bailado erótico, com o
cenário dos astros, mudos e quedos. Estrelas que as
suas mãos afagam e a boca repele, deixai que os
caminhos da noite, cegos e rectos como o destino,
suspensos como uma nuvem, sejam os caminhos
dos poetas que lhes decoraram o nome. Ó noite,
coalhada nas formas de um corpo de mulher!
Esconde a vida no seio de uma estrela e fá-la
pairar, assim mágica e irreal, para que a
olhemos como uma lua sonâmbula.