
Mulher de altíssimo nível!“E estava ali a profetisa Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Esta era já avançada em idade, e tinha vivido com o marido sete anos, desde a sua virgindade; E era viúva, de quase oitenta e quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a Deus em jejuns e orações, de noite e de dia” – Lucas 2:36-37.
Hoje vamos falar de uma ilustre desconhecida! Trata-se de Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser... Apesar da Bíblia lhe dedicar apenas três versículos, neles é possível notar a presença do Pai, do Filho e do Espírito. Sem sombra de dúvida, uma mulher fora de série e de altíssimo nível.
Ela era da tribo de Aser, uma tribo celebrada na tradição pela beleza de suas mulheres e a sua aptidão para se casarem com os sumos sacerdotes ou reis. Essa tribo tinha como território sede da Galiléia, portanto, ainda que os judeus dissessem que de lá não sai profeta, é muito provável que procedia de lá.
Podemos resumidamente aventar que ela possuía uma família que a amava e lhe dedicava muito carinho e amor. Ela mesma desde sua meninice fazia planos para o futuro; encontrar um bom rapaz, casar-se, ter filhos, etc., etc. Parte desse plano aconteceu, entretanto, algo com ela certamente não esperava igualmente ocorreu. Uma fatalidade em seu casamento – de repente seu esposo, a quem tanto amava é retirado de sua vida para sempre. Deus havia lhe permitido desfrutar deste amor apenas uma semana de anos. Nem filhos marcaram seu casamento. Alguém poderia argumentar: “Quanto infortúnio para uma pessoa tão jovem”! Será que ainda continuará fiel ao seu Deus?
É provável que outros tantos comentários se seguiram logo após essa fatalidade. Você é nova, case-se de novo! Ou – curta a vida! Ela porém, resoluta em seu coração resolveu se tornar assídua no templo em sua busca pelo Senhor – seu Deus.
Eu creio que até mesmo no templo ela encontrou resistência por parte de pessoas que a julgaram “nova demais” para se tornar uma piedosa que não se afastava do tempo, servindo a Deus em jejuns e orações. Talvez algum pensamento do tipo: “Vamos ver por quanto tempo ela aguenta”?
Passaram-se um ano, dois, três e ela firme! Passaram-se uma década, duas, três... e ela resoluta! Passaram-se cinquenta, sessenta, setenta anos e ela inabalável... Agora, a beleza e a formosura já não era mais a mesma daquela que ficara viúva tão jovem... Foi-se as esperanças (talvez da sociedade) de que ela se casaria novamente... Então, oitenta anos e ela intrépida em sua decisão... oitenta e um e ela continuava diligente... oitenta e dois, e lá estava ela submissa tanto quanto no primeiro dia de sua viuvez... oitenta e três anos marcados pela piedade... oitenta e quatro... e o Senhor Deus se levanta no trono e diz: - Deixa eu fazer um carinho especial a esta Minha filha... e inclina o coração de Ana para que imediatamente vá ao templo... Em lá chegando ela se depara com o exato momento da apresentação de Jesus... Ela viu Jesus!
Ela irrompe em profecia e a Bíblia narra que: “...Ela dava graças a Deus, e falava dele (de Jesus – o Salvador) a todos os que esperavam a redenção em Jerusalém”. (Lucas 2:38).
Esta mulher passou por sofrimentos terríveis e tinha tudo para se tornar uma amargurada de espírito. Aliás, ela bem conhecia a história de Noemi que perdeu seu esposo e ambos os filhos e quando voltou para sua terra dizia: “chamai-me Mara; porque grande amargura me tem dado o Todo-Poderoso” – (Rute 1:20), entretanto, ela abriu mão de tudo para servir ao Senhor. A vista de um novo casamento e tantas outras situações que poderia vivenciar, ela decidiu andar com Deus e, depois de longos oitenta e quatro anos o Pai fez ela se encontrar com Jesus exatamente no momento de sua apresentação.
Será que alguém acha coincidência o fato dela adentrar ao templo exatamente no momento da apresentação de Jesus?
Absolutamente que não, mas um especial carinho do Pai para com aquela que decidiu continuar vivendo uma vida piedosa mesmo depois de marcada por uma tão grande desventura. Uma vida em altíssimo nível sobre a face desta terra.
A Bíblia faz menção apenas de três versículos sobre ela e não menciona sequer o nome de seu esposo, todavia, um dia a encontraremos na glória e seu galardão fará jus ao seu estilo de vida piedoso que assumiu viver enquanto andava por sobre a face desta terra. Ainda que talvez muitos a princípio não aprovassem seu comportamento ela escolheu a melhor parte.
Por Vilson Ferro Martins – www.vozdotrono.com.br