Do lado da serra Onde o vento não sopra Entre pinheiros e flores Próximo ao riacho azul Perfumada de jasmim Moro eu com minha amada Em um pequeno ranchinho Vivemos de sol brisa e amor O resto é com nosso senhor!
Há um deserto que me toma E á beira dele me sento Eu e minha sombra claudicante Debulhada nas areias quentes Varridas pelos ventos da tarde.
Difícil vai ser montar o mosaico Peças espalhadas pela mesa Estilhaços de vidro que cortam Afiados nas lembranças vivas Que ainda encarnam meu ser.
Absolutamente sem pressa Certo que estou do tempo meu Vivo como o pássaro que não tece Abrigado na esperança de minha fé Ungido que sou das mãos de Deus.
Busco por mim mesmo no amanhã Posto que hoje a tempestade dificulta E meu barco busca ancoradouro Antes que apague a chama que resta Dos dias vividos á sombra do amor!
A tarde estava serena e calma, a brisa era úmida com cheiro de vários aromas. A grama verde,de capim fino macio e suave, feito um colchão ornado por folhas amareladas. A musica que se ouvia era um misto de silencio profundo entrecortado pelo cantar de pássaros. A água que brotava de pedras enegrecidas era translúcida e doce feito mel de jataí. No céu de um azul cintilante passeavam nuvens brancas, hora a galopar, hora a nos mirar. Era o paraíso e nada mais foi preciso para que depois do riso o beijo virasse paixão. Das águas para o chão levado por tuas mãos me pareceu um passo, então. A noite nos envolveu, as estrelas nos surpreenderam em pleno amor naquele chão. Contamos cada uma delas, pra cada uma um beijo, pra cada uma um desejo que ficou grudado nelas. Embora sinta saudade, sinto na verdade, que nosso amor foi gravado no livro da eternidade.
Ontem falei com meu Deus, Depois de tempos fui á casa dele, Ele não me pareceu surpreso, E pelo jeito já me esperava, Tinha a mesa posta, pão e vinho.
De inicio fiz silencio, reverencia, Depois nos olhamos, ele sorria, Ele sabia de meus pecados, De meu afastamento, e não dizia, Em torno da mesa cantamos.
Depois em silencio ceamos, Pão, vinho e água bebemos, E como o lume da vela veio a paz, Houveram cantos, houveram salmos, E a paz se aconchegou em mim.
Ele apenas sorria não precisava falar, Não me apontava, não criticava, olhava, Perguntei-lhe então o porquê, Então ele me falou ao coração da alma, Você voltou nada mais importa já!