O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem. Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros. Não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor. Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração. Comunicai com os santos nas suas necessidades, segui a hospitalidade. Abençoai aos que vos perseguem, abençoai, e não amaldiçoeis. Alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que choram. Sede unânimes entre vós; não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes; não sejais sábios em vós mesmos. A ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas honestas, perante todos os homens. Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens. Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor.

Existem momentos na vida da gente, em que as palavras perdem o sentido ou parecem inúteis, e, por mais que a gente pense numa forma de empregá-las, elas parecem não servir. Então a gente não diz, apenas sente

Acreditava que as estrelas cadentes serviam para dar algum tipo de esperança ao nosso coração. Poderíamos estar no lugar delas, caindo sobre a terra como poeiras no chão. Não fazia nenhuma diferença para as pessoas distantes e sem fé, mas deixava algumas - poucas - com o coração tranquilo, como quem ganha um carinho. Eu gostava de ver as estrelas e de imaginar como tudo acontecia com elas, afinal, chegavam ao fim da vida de uma forma tão bela para umas e tão insignificante para outras. Não realizam pedidos, nem ouviam as nossas preses, porém, estavam sempre presentes brilhando - ou nos observando - lá no céu. Nenhum ser humano pode acusar de nunca ter sido ouvido quando se tinha bilhões de estrelas ao seu redor todas as noites esperando que fossem notadas, nem tampouco pode dizer que sempre esteve sozinho, quando lá de longe as estrelas nos observava e nos guiava. O amor também pode ser assim, não importa se está perto ou distante. Importa apenas que existe amor. Talvez ele seja como as estrelas no céu, observando e tentando guiar todos para um caminho certo. E é incrivelmente fantástico ver que existem pessoas que ainda amam, apesar das distâncias, não deixam de ter fé que um dia tudo aquilo vai se transformar em minúsculos detalhes. E dessa forma vamos vivendo, caindo como estrelas cadentes, mas sendo fortes o suficiente para levantar novamente e brilhar, afinal, nossa luz só se apaga quando desistimos.

Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias. Lava-me completamente da minha iniquidade, e purifica-me do meu pecado. Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim. Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que é mal à tua vista, para que sejas justificado quando falares, e puro quando julgares. Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe. Eis que amas a verdade no íntimo, e no oculto me fazes conhecer a sabedoria. Purifica-me com hissopo, e ficarei puro; lava-me, e ficarei mais branco do que a neve. Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que gozem os ossos que tu quebraste. Esconde a tua face dos meus pecados, e apaga todas as minhas iniquidades. Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto. Não me lances fora da tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo.

O vaso de flores disposto no canto esquerdo da janela declarava explicitamente a vida. Eu gostava de mergulhar meus dedos na terra úmida firmando o caule no chão. Ali eu reciclava minhas energias para enfrentar mais um dia cheio de anomalias. Fora do meu quarto, as pessoas se devoravam, o mundo estava pendurado por uma corda prestes a arrebentar e ninguém, nenhum ser vivo, percebia o perigo.

Pois é isso mesmo que o medo faz, ele corta as nossas asas, metralha sonhos, atinge a coragem e a esperança que ainda resta em nossos corações. E eu tenho medo sim. Grandes e pequenos. Não me acovardo de dizer: eu tenho medo. Eu tenho. Mas ele começa a perder o jogo de quem domina quem quando minha fé entra no meio. Ela continua a rugir aqui, dentro de mim. Meus medos não podem ser maiores que ela. Se fosse, já teria me dominado. E talvez eu tivesse virado pó. Mas continuo aqui, caminho, os pés cansados, mas o coração em chamas pela sede de viver.