

O coração e a saudade
Não é difícil falar de saudade: doloroso é vivê-la.
Difícil é amá-la quando dilacera o coração e o deixa em pedaços.
Acho que encontrei uma explicação pela qual ela parece tão insuportável
quando ficamos muito tempo longe das pessoas que amamos:
como o coração é apenas do tamanho de uma mão fechada
e a saudade algo que cresce a cada dia,
cada minuto que passa ela vai ocupando mais espaço
e o coração se sentindo cada vez mais apertado.
Sem o outro ele se sente sem ar.
Por isso essa sensação de se sentir sufocado
e a impressão que o coração vai explodir dentro do peito.
Por isso os olhos ardem e as palavras desmancham-se dentro de nós.
Mas a saudade é deliciosa!!!
É ela quem nos mostra aqueles que contam realmente na nossa alma,
os que escreveram para sempre seus nomes nas paredes do nosso coração
e, aconteça o que acontecer, permanecerão lá, intactos.
É dela que não queremos nos desprender,
a qual nos agarramos como uma tábua de salvação que nos conduzirá à outra margem...
onde encontraremos aqueles que vencem as distâncias e os infinitos
e continuam do nosso lado ignorando as barreiras do impossível e do invisível.
Sabemos que amamos quando a saudade bate à nossa porta
e não encontramos forças para não deixá-la entrar. Nos entregamos.
A saudade é a doce arte de saber misturar o amor, a dor e a esperança.
É a herança dos que abriram o coração para amar...
