A joia perdida (vale a pena ler) Atravessando o deserto, um viajante viu um árabe montado ao pé de uma palmeira. A pouca distância repousavam os seus cavalos, pesadamente carregados com valiosos objetos. Aproximou-se dele e disse: - Você parece muito preocupado. Posso ajudar em alguma coisa? - Ah! - respondeu o árabe com tristeza - estou muito aflito, porque acabo de perder a mais preciosa de todas as joias. - Que joia era essa? - perguntou o viajante. - Era uma joia como jamais haverá outra - respondeu o seu interlocutor. Estava talhada num pedaço de pedra da vida e tinha sido feita na oficina do tempo. Adornavam-na vinte e quatro brilhantes, em volta dos quais se agrupavam sessenta menores. Já vereis que tenho razão em dizer que joia igual jamais poderá reproduzir-se. - Por minha fé - disse o viajante - a vossa joia devia ser preciosa. Mas não será possível que, com muito dinheiro, se possa fazer outra igual? Voltando a ficar pensativo, o árabe respondeu: - A joia perdida era um dia! E um dia que se perde jamais se torna a encontrá-lo.
Em que cama você dorme? Um dia presenciei duas pessoas conversando sobre colchões caríssimos que estavam decidindo comprar. Quando digo caríssimos, estou realmente mencionando camas com colchões cujos preços parecem ficção para a imensa maioria dos mortais, incluindo alguns muito bem remunerados. Uma alegava à outra que mereciam dar-se de presente aquele colchão, afinal uma cama assim especial proporcionaria um sono de qualidade inigualável. Bem, em toda parte há sempre um sábio disfarçado. Neste caso era uma senhora que fazia a limpeza do piso da loja. Olhou para as duas e com o sorriso característico dos sábios e justos, afirmou: - Minhas Senhoras, a qualidade do sono não depende da qualidade do colchão, mas de quem vocês vão deitar sobre ele. Me lembro que Jesus Cristo afirmou não possuir um local para descansar a cabeça. Ah! Como eu gostaria de poder dormir como Jesus dormia... As senhoras se entreolharam, lágrimas brotaram de seus olhos (deviam estar revendo suas consciências) e disseram: A senhora tem razão, acho que estamos querendo comprar o incomprável: nossa tranquilidade de volta. Obs: Este é um texto meu baseado em alguns fatos reais aos quais acrescentei nuances de reflexão. Se perdermos a tranquilidade, nem colchões, nem tranquilizantes poderão devolvê-la, embora possam nos distrair, iludir e até induzir ao sono forçado, ao acordarmos ainda estaremos exaustos daquilo que nos tira a paz. Durma bem, não deixe que nada e ninguém roube a sua paz.