
Para além da imagem
Agora vamos falar de outros atributos importantes para seduzir e manter seu parceiro interessado em você, além da sua imagem e sexualidade.
Nós seres humanos, temos conceitos formados sobre tudo. Estes conceitos foram importantes ao longo de nossa vida para podermos lidar com o mundo, situações, pessoas. O que acontece muitas vezes é que enxergamos um pouquinho “embaçadas” algumas as situações. Vou dar exemplos. Se eu não sou elogiada pelo meu marido, penso que é porque ele não me ama mais. Quando o namorado convida sua amada para ir num evento e esta recusa, ele pensa que ela nunca aceita as sugestões dele, que ela nunca o agrada (apesar de ela aceitar outros convites com frequência e ele estar exagerando sem perceber).
Nós enxergamos o que queremos, ou melhor, o que conseguimos ver, o que aprendemos a ver. Acontece que “a teoria na prática é outra”, as pessoas e situações são diferentes, e nós queremos sempre encaixar o que sabemos dentro de contextos que talvez não caibam. Percebemos apenas alguns detalhes da situação e deixamos de considerar o todo, e isso é um problema e gera conflitos mil numa relação.
Nossos conceitos e verdades sobre o que é um relacionamento e como ele se configura no dia-a-dia aprendemos com nossos pais ou cuidadores, com nossos parceiros amorosos do passado, com regras sociais e culturais. Aí chega a nossa vez de ser um casal. O que acontece? Encontramos uma realidade diferente da que imaginamos para nós (ou que achamos que aconteceria para nós), com pessoas que vem de famílias de configurações diferentes, com outras regras e conceitos. Brigas à vista!
“Cada cabeça, uma sentença”, este ditado popular é muito fiel à realidade. Cada um de nós compreende o amor de um jeito e o expressa de forma particular. Uns gostam de ganhar presentes ou que realizem ações como forma de mostrar seu afeto (limpar a casa, levar para passear, etc), outros, palavras positivas e elogios motivam. Carinho e sexo são formas físicas de demonstrar amor, fundamentais para alguns. A presença de qualidade é exigida por algumas pessoas, ou seja, ter momentos significativos e não somente presença física. O companheirismo pode ser um potente afrodisíaco para muita gente que acha fundamental realizar atividades juntos, compartilhar experiências e dificuldades, superar obstáculos.
Existem muitas outras formas de se sentir e expressar o amor e apreço pelo outro, esta diversidade é benéfica, mas também atrapalha no convívio com as diferenças. Você já fez esta análise? Sabe qual é seu perfil?
Por exemplo, se eu gosto de conversar com meu parceiro e entendo que se ele conversa comigo e me dá atenção, provavelmente vou querer expressar meu amor por ele desta mesma forma. Mas aí pode acontecer um pequeno desentendimento. Ele não acha importante conversar sobre tudo, mas sim receber carinho e ter mais contato físico. O que fazemos? Primeiro você tem que se conhecer e compreender qual a forma que gosta de se relacionar, o que é importante para você, o que você gostaria de receber, entre outras coisas. Em seguida, entenda qual a maneira que seu amor espera que você se relacione com ele. Falem sobre estas diferenças. E o mais importante (e difícil): sejam flexíveis. Estas características diferentes podem se mesclar e os dois podem ser agradados, basta ter respeito, empatia, tolerância e principalmente amor.
Você sabia que quanto mais interesses você tem, mais interessante você se torna? Uma pessoa que tem várias vivencias, faz diversas atividades, pratica seus hobbies, tem mais assuntos para conversar e é uma pessoa mais “recheada” de novidades. O que é novo, diferente, costuma ser mais atrativo, certo? E sedutor por consequência. Invista mais no seu lazer, nas amizades, procure se desenvolver como pessoa, resgate prazeres adormecidos (e deixados de lado por causa da rotina).
Casais devem ter momentos em que fazem atividades sem o outro. Estarem envolvidos em interesses individuais, manter-se em grupos sociais longe um do outro é um modo saudável de seguir uma vida juntas.
Artigo da Psicóloga Cognitivo Comportamental Giselle Dechen