...Exorcizado que estava,
o amor se apossou de
mim, despiu as vestes
que me cobria a saudade,
espantou a cruel solidão
e desavergonhadamente
fez amor com o meu
coração, desfolhando o
outono da paixão.
OsmarVasconcelos
...Exorcizado que estava,
o amor se apossou de
mim, despiu as vestes
que me cobria a saudade,
espantou a cruel solidão
e desavergonhadamente
fez amor com o meu
coração, desfolhando o
outono da paixão.
OsmarVasconcelos
Era a fome em meus
olhos que te desejava...
E quando o poente dos
teus olhos alcançou a luz
dos meus, devolveu em
horizontes o amor que
vivia em mim.
OsmarVasconcelos
E o grito engasgado, sai entrecortado,
rasga o azul anil no teu encalço e me
faz agonizar entre o pássaro ferido e o
verso mudo que me cala no
negro-nada.
OsmarVasconcelos
EU TRANSITÓRIO
Tua presença multiplica
meu desejos, demarca território
e espalha pelo ar teu cheiro.
E esse teu eu transitório,
de poucos atalhos, sem
nenhum meridiano, guarda teus
segredos no sugestivo oceano
em que habitas em frêmito e
espanto, onde tudo consente
mas foges na imortal lucidez da
luz branca, que define teu ser
sem diluí-lo.
OsmarVasconcelos
NEBLINAS DE DESEJOS
Pelo amplo e irrefutável
silêncio do instante,
vago rumor transpondo
meus medos
neblinas de desejos.
É o amor, com olhos
da noite, possuídos
pela paixão, em fazer
amor com o meu
coração...
Talhado na persistência
em entregar-se as delícias
do pecado.
OsmarVasconcelos
INTRÍNSECO E PRECISO
Há um rumo incerto,
uma absoluta aridez no
pássaro que repousa em
mim... Mas há sempre um
Ícaro que sobrevive a
queda e a si mesmo, para
em outra pedra tirar os pés
do chão a prender a voar
com o coração.
O repouso é a rota... Voar
é preciso, amar o voo é
intrínseco!
OsmarVasconcelos
O GRANDE ESCÂNDALO
E o vento remexeu nosso
passado penoso e nos seduz
as páginas amarelas de um diário
íntimo que marginou em
registros e lembranças o
grande escândalo que foi o
nosso amor.
OsmarVasconcelos
SEM SABER-SE DE MIM
Sou um deserto
de areias nuas
prisioneiro de seus
limites sem saber-se
de mim,perdido em
tuas veias cruas.
Talvez nessa saudade
cúmplice onde me
aprisionastes, haja
uma saudade, uma
lua e um desejo
insano de me
torturar, para que
liberto e profano,
possa eu te amar,
te atormentar
perverso e te roubar
um beijo, enquanto,
leio um verso a
maturar o canto, no
seio de nosso aberto,
mais opaco silêncio.
OsmarVasconcelos
EXUMADO AMOR
Exuma desse teu
peito em brasa o
amor que não morreu,
tangendo a saudade
com as mãos aladas.
E na ausência erguida
do silêncio residual,
recôndito onde se
esconde o mistério...
Que explodam nossos
orgasmos feito
canção na noite, onde
o infinito nos completa
como cativos
pássaros banidos do
exílio da paixão, em
almas livres que fazem
amor em um só
coração.
OsmarVasconcelo