
D E U S AGUARDA
Nunca te creias inútil.
O Caminho para a Vida Superior começa na
prestação de serviço aos outros.
E as Leis de Deus não te conservariam onde
te encontras, se aí não tivessem necessidade
de ti.Reflete e reconhecerás que todos os seres,
ao redor de teus passos, algo esperam que os
mantenha e auxilie.Erguendo-te, cada manhã,
observa e perceberás que todos aqueles que se
te associam ao grupo doméstico, aguardam o teu
sorriso ou a tua frase encorajadora, nos quais
se nutram de equilibrio para mais um dia de
trabalho e de esperança. Nas tarefas em que te
vejas, os companheiros te rogam cooperação.
Na rua, os transeuntes te pedem paciência em
que se te expressem o entendimento e a bondade.
E a lista das requisições prossegue aumentando...
DEUS necessita de tua colaboração e espera por ti.
MEIMEI
NO CAMINHO
Plantemos flores onde repontem,
ameaçadores, espinheiros agrestes.
Lancemos a mensagem do bem,
onde o mal procura envolver situações, criaturas e coisas,
estabelecendo aflições inúteis.
Estendamos os recursos da amizade leal,
onde a discórdia tente consolidar o escuro domínio que lhe é próprio.
Auxiliemos com o nosso concurso irmão,
onde a leviandade desajuda.
Façamos da solidariedade a bandeira de nossa marcha permanente
para diante, dentro da nossa sede de progresso porque, em verdade,
somente a compreensão, a tolerância e a fraternidade,com o perdão e o
amor por normas inalteráveis de serviço, conseguem efetivamente
amparar, lenir, soerguer e salvar.
Meimei
COLABORA
Se a compreensão já
se te fez luz nos recessos da alma,
reflete nos problemas da fome espiritual.
Não existiria a delinqüência na Terra,
em tamanha extensão, não fosse a carência
de recursos na sustentação da alma.
Indaguemos dos companheiros
internados em sanatórios e instituições
outras de trabalho reeducativo,
para tratamento das alterações
psicológicas de que são portadores,
se teriam caso soubessem quanto lhes
custaria a recuperação.
Conheces as estatísticas, referentes às áreas
do Planeta, ameaçadas pela falta de pão.
Medita nas multidões, em todos os setores da
experiência terrestre que clamam por
esclarecimento e consolo, segurança e tranqüilidade.
Fotografas a presença de certas enfermidades
no corpo através da radiografia.
A biópsia fornece exata notícia do câncer.
Quem fará a identificação do desânimo no caráter
juvenil ou da tempestade de lágrimas que
arrasa um coração materno?
Sai de ti mesmo e ampara aos que esmorecem
de inanição na vida íntima.
A fome do estômago grita e agride.
A fome do coração, no entanto, é anestesiada pelas
sombras da ignorância, quando as sombras da
ignorância acerca de Deus e da imortalidade
alcançam as forcas do sentimento.
Tolera, serve, eleva e abençoa.
Para auxiliar na extinção das trevas de espírito,
ninguém te pede espetáculos de grandeza.
Basta te disponhas a estender essa ou aquela
migalha de amor num raio de luz.
Meimei
Senhor!
Entre aqueles que te pedem proteção,
estou eu também, servo humilde a quem
mandaste extinguir o flagelo da fome.
Partilhando o movimento daqueles que
te servem, fiz hoje igualmente o meu giro.
Vi-me frequentemente detido, em lares
faustosos, cooperando nas alegrias da
mesa farta, mas vi pobres mulheres que me
estendiam, debalde, as mãos!...
Ví crianças esquálidas que me olhavam
ansiosas, como se estivessem fitando
um tesouro perdido.
Encontrei homens tristes, transpirando
suor, que me contemplavam, agoniados,
rogando em silêncio, para que lhes
socorresse os filhinhos largados ao extremo infortúnio...Escutei doentes que não
precisavam tanto de remédio,
mas de mim, para que pudessem atender
ao estômago torturado!...
Ví a penúria cansada de pranto e reparei,
em muitos corações desvalidos,
mudo desespero por minha causa.
Entretanto, Senhor, quase sempre
estou encarcerado por aquelas mesmas
criaturas que te dizem honrar.
Falam em teu nome, confortadas e
distraídas na moldura do supérfluo,
esquecendo que caminhaste, no mundo,
sem reter uma pedra em que repousar
a cabeça. Elogiam-te e exaltam-te a
glória, sem perceberem, junto delas,
seus próprios irmãos fatigados e
desnutridos. E, muitas vezes, depois de
formosas dissertações em torno de teus
ensinos, aprisionam-me em gavetas e
armários, quando não me trancam sob a
tela colorida de vitrines custosas ou no
recinto escuro dos armazéns.
Ensina-lhes, Senhor, nas lições da
caridade, a dividir-me por amor,
para que eu não seja motivo à delinquência.
E, se possível, multiplica-me,
por misericórdia, outra vez,
a fim de que eu possa aliviar todos os
famintos da Terra, por que, um dia,
Senhor, quando ensinavas o homem a
orar, incluiste-me, entre as necessidades
mais justas da vida, suplicando também
a Deus:
"O pão nosso de cada dia daí-nos hoje."
Meimei