“Resolvi aceitar algumas coisas da vida, sem dor. Ninguém vai ser como você sonha, não espere consideração nem que os outros façam o que você faria. Não espere que valorizem seu esforço. Não espere que lhe ofereçam a mão. Apenas viva. Aceite que é preciso deixar o orgulho de lado e dizer preciso-de-você-agora. É preciso entender que o outro é diferente e de vez em quando ele vai lhe magoar (e você precisa lidar com isso, senão vive só). Não espere compreensão. Não espere que a vida seja fácil. Nem sempre ela é. Não espere para viver, tem coisa que não volta.”
“O amor chegou sorrindo. Sem gritar, sem calar, sem ponto de interrogação. O amor trouxe reticências. Algumas vírgulas. E muitos parágrafos. O amor trouxe novas folhas brancas. E pele, aconchego, abraço. O amor é um abraço apertado. Um beijo na testa. E uma mão firme que te ampara a todo instante. O amor é compreensão, é olho no olho, é promessa que cumpre, é voz que não gagueja, é quietude, segurança. É impossível esquecer um amor. E, sabe, sou daquelas que acha que amor mesmo, amor de verdade a gente só vive uma vez.”
“E eu não sei pedir. Meu Deus, eu não sei pedir ajuda. Nunca gostei de depender dos outros. E tem mais: não consigo dizer eu-preciso-de-você-agora. Sei que é simples, mas não sai. Algo me trava, a voz não sai. Tenho um orgulho que não me deixa. Acho que tenho que ser a fortona do pedaço, que consigo me reconstruir, me levantar sem dar a mão para ninguém. Não gosto de admitir nem assumir fraquezas nem de demonstrar a minha própria fragilidade. As pessoas fazem SOS a todo instante. Choram, pedem, imploram, suplicam. Não consigo. Para mim isso é traição. Não consigo chegar para a outra pessoa e falar tô-acabada-tô-precisando-não-vou-conseguir-sozinha. Sinto um terror só de pensar.”
“Meu humor é ácido. Sou irônica, perco a paciência e o interesse em gente que não entende ironias, afinal, não entender ironias é a coisa mais broxante que existe. Tem gente que não gosta desse meu lado. Na verdade, tem gente que não gosta de nenhum lado meu. E agora eu estou entendendo que não tenho obrigação de ser quem todo mundo espera que eu seja. Já dá trabalho ser eu mesma, imagina ser a pessoa que você quer?”
“O ser humano é egoísta demais. Se preocupa com a própria vida e finge que se importa com os outros. Então eu questiono: será que eu me importo? Será que você se importa? Até onde você é capaz de ir? Que sacrifícios você é capaz de fazer? Você consegue, por algum momento, deixar de lado sua vida para se preocupar com a do outro? Pequenas doses de egoísmo são bem-vindas e essenciais para a sobrevivência. Mas não dá pra se embriagar: tudo que é demais faz mal.”